quinta-feira, 18 de junho de 2009

A violência dos Machos - Morre homem espancado na Parada LGBT de São Paulo


"A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo confirmou no início da noite desta quara-feira a morte do homem de 35 anos internado após ser agredido na Parada Gay, no último domindo, em São Paulo. Os órgãos não poderão ser doados, já que a morte ocorreu por falência de múltiplos órgãos."


Eu estive na Parada no ano passado. E vou ser sincero: fiquei com medo. A impressão que se tem é que o evento foi 'invadidido' por uma orda de pessoas que não estão ali pra comemorar a liberdade, mas aproveitam um espaço de festa, bebida e música pra reproduzir o PRECONCEITO, a DISCRIMINAÇÃO e a VIOLÊNCIA, brutal em alguns casos, justamente contra aqueles que criaram essa festa.

Marcelo não é o primeiro gay espancado no Brasil. Quantos de nós já fomos. Quantos de nós não temos marcas, é, marcas mesmo, no corpo, no rosto, na pele, nos ossos. Marcas de uma violência estúpida. Violência dos machos, dos imbecis criminosos que precisam dizer, desse jeito, qual o mundo que eles querem. E querem à força.

Marcelo não é o primeiro gay assassinado. Quantos de nós não conhecemos alguém, parente, amigo, colega, que morreu por um crime de ódio. Quantos gays, quantas lésbicas, quantas travestis, transexuais não são assassinadas todos os anos.

O que dói mais é ver essa marca, essa morte, no coração da nossa festa. No coração do nosso maior ato de luta pela liberdade. E que ninguém seja estúpido e grosseiro de culpar a organização do evento. É fácil, é simples, mas não resolve nada.

Quantos de nós vamos para a Parada de São Paulo com uma intenção política? Quantos de nós olhamos essa ou as nossas próprias paradas como uma manifestação pública do nosso direito a liberdade? E quantos de nós estamos (só) preocupados em curtir a festa?

Não sei dizer uma solução. Nada é tão simples assim. Mas, talvez a gente precise desligar o som, só por um momento, pra ouvir a realidade.

Veja a matéria sobre o assassinato

domingo, 14 de junho de 2009

Travestis e transexuais poderão usar nome social na caderneta escolar e na lista de chamada na rede pública estadual


Travestis e transexuais poderão trocar de nome na caderneta escolar e na lista de chamada na rede pública estadual
POR AMANDA PINHEIRO, RIO DE JANEIRO

Rio - Quando voltar às aulas, em agosto, Flávio Ferreira Rodrigues, 24 anos, vai, finalmente, se apresentar como Kakau Ferreira Rodrigues — e assim ser chamada por colegas e professores. Ela é uma das dezenas de jovens travestis e transexuais que vão ganhar o direito de ver na caderneta escolar e na lista de chamada o nome com o qual querem ser reconhecidos. Além disso, poderão se vestir de acordo sua identidade de gênero. A medida vale para toda a rede estadual de Educação e em breve valerá também para ações da Secretaria Estadual de Saúde.

Os interessados em ter nas cadernetas e na ficha de chamada o nome substituído devem procurar a secretaria da unidade onde estudam.


E agora, educadores? Durante muitas oficinas realizadas em escolas públicas a gente se debatia nessa questão. Uma aluna travesti ou transexual pode ou não pode usar uniforme feminino? Vão lhe chamar pelo seu nome social (feminino) ou pelo nome de registro civil?
Acho que demos um grande passo, um passo fundamental em direção a uma escola que efetivamente respeite a diversidade de seus alunos e alunas. Outros estados e cidades já reconheceram esse direito. Agora é a vez do Rio.
Durante uma das oficinas realizadas em escolas públicas pelo projeto, os professores começaram um intenso debate sobre flexibilização ou não de normas e regras para uma aluna travesti. Depois de muitas idas e vindas, argumentos e contra-argumentos, uma professora, já exausta, lançou “ah! Mas ele é homem! E pronto!”.
E aí nós chegamos ao que de fato importa nessa questão. Mudar o nome na chamada, permitir o uso do uniforme feminino, compartilhar o banheiro das meninas, tudo isso, no fundo, depende apenas de uma coisa: se o educador reconhece ou se rejeita a identidade feminina da travesti. Se ele reconhece, tudo é resolvível. Se, pelo contrário, ele rejeita, tudo é empecilho. Muitas vezes os professores vão justificar no preconceito dos alunos ou dos responsáveis a impossibilidade de acolher uma aluna travesti. Em muitos casos, o preconceito dos outros serve aí para acobertar a sua própria dificuldade de lidar com a questão.
Reconhecer a identidade do outro é passo fundamental para podermos iniciar qualquer relação equilibrada e solidária. Tentar impor os nossos conceitos de gênero a um aluno é desrespeitoso e invasivo. Além de extremamente injusto, dada a desproporção de poder numa relação professor-aluno.
Muitos educadores olham as alunas travestis ou transexuais como potencialmente perigosas. E de fato elas são. São perigosas a partir do momento em que, pelo seu jeito de ser e de vestir, elas subvertem os padrões de comportamento de gênero socialmente estabelecidos. Mostram que esses padrões podem ser transformados e bastante questionados. São perigosas porque mostram que aquilo que parecia claro e óbvio, talvez não seja. São perigosas porque podem fazer pensar.

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terça-feira, 2 de junho de 2009


A mesma Época é capaz de produzir uma matéria como essa: QUAL É O SEXO DO SEU CÉREBRO. Confira e depois comente. Você sabe o que é uma visão ESSENCIALISTA e uma visão CONSTRUTIVISTA da sexualidade?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Precconceito contra LGBTs nas escolas - MATERIA EPOCA


Confira a matéria da revista Época sobre preconceito contra LGBTs nas escolas. É possível acessar no site da revista gratuitamente. São três páginas. Leiam todas, ok. OBS: O menino da foto é hoje estudante da UFRJ e bolsista do Projeto Diversidade Sexual na Escola.

CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR A MATÉRIA